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domingo, 1 de julho de 2012

Enfermo


-E então, o que você está sentindo?

-Sei não dotô, uns aperto no peito. Calafrio, umas vontade de rir à toa. Às vezes dá um medão aqui na bôca do estômago. É de arrepiar doutô, mas depois passa, como não fosse coisa desse mundo. Cê me entende dotô?

-Sei. Alguma febre? Dor de cabeça? Enjôo? 

-Nada disso não sinhô. De quando em quando um enjôo, mas coisa pouca também. Às vezes  também me foge o sono e fico a noite toda pensando nessas coisa da vida sabe doutô? Tem sentido não. 

-Compreendo, compreendo... 

-E então dotô? 

-Olha Joaquim, vou lhe falar a verdade, não tem cura não. 

-Como assim dotô, eu vou morrer?  

-Talvez, Joaquim.  

-Que isso dotô, como assim? Diz isso não pelo amor de Nossa Senhora. 

-Olha, depende do seu coração Joaquim.  

-Do meu coração dotô, que loucura é essa? 

-Loucura mesmo, Joaquim. Isso aí é amor, rapaz. E dos brabo!