-E então, o que você está sentindo?
-Sei não dotô, uns aperto no peito. Calafrio, umas vontade de rir à toa. Às vezes dá um medão aqui na bôca do estômago. É de arrepiar doutô, mas depois passa, como não fosse coisa desse mundo. Cê me entende dotô?
-Sei. Alguma febre? Dor de cabeça? Enjôo?
-Nada disso não sinhô. De quando em quando um enjôo, mas coisa pouca também. Às vezes também me foge o sono e fico a noite toda pensando nessas coisa da vida sabe doutô? Tem sentido não.
-Compreendo, compreendo...
-E então dotô?
-Olha Joaquim, vou lhe falar a verdade, não tem cura não.
-Como assim dotô, eu vou morrer?
-Talvez, Joaquim.
-Que isso dotô, como assim? Diz isso não pelo amor de Nossa Senhora.
-Olha, depende do seu coração Joaquim.
-Do meu coração dotô, que loucura é essa?
-Loucura mesmo, Joaquim. Isso aí é amor, rapaz. E dos brabo!